Independentemente do tema de fundo, qualquer título de acção ou aventura germinado no Japão, tem sempre uma vertente de fantasia exuberante. Shadow of Rome não é excepção. O guião é muito cuidadoso, com uma interpretação livre da história do império romano, e evita feitiços policromáticos a cada segundo, mas não nega a identidade fantástica gritante, principalmente para o fim da epopeia. E ainda bem… mas é irrelevante. O que interessa no título do primeiro trimestre de 2005 é a acção sangrenta, brutal e incrivelmente aditiva.
Leitor atento ás minhas recomendações pontuais, confie na palavra no grande louco pelos beat’em’up clássicos: Shadow of Rome é um conceito saudável, algo lunático e impeditivo para jogadores com terror por padrões de sangue.
A pérola escondida no catálogo megalómano da Playstation 2, apresenta a história de Agrippa – um centurião de méritos firmados transformado á força em gladiador – que se vê envolvido na conspiração em redor da morte do mítico Imperador Júlio César. Pelo meio, contará com a preciosa ajuda de Octavianus, sobrinho do todo-poderoso. Ironicamente, este último materializa o pior da balança qualitativa de Shadow of Rome. A Capcom, companhia responsável pela obra, obriga o jogador a secções furtivas – muito inspiradas pelo genial Metal Gear Solid – completamente desinteressantes e capazes de arruinar a experiência para os menos pacientes. Mas, insisto, não é importante. A glória está em desmembrar cabalmente os adversários, recorrendo a combinações recursivas. O gladiador contrariado será digno de atacar com toda e qualquer arma presente no ecrã. Seja um braço alheio caído em combate, ou uma lança sem fim para perfurar um tigre bem agressivo. Vale tudo. Grande parte das arenas de combate, baseadas nos círculos de areia da antiguidade, tornam-se um antro de hostilidade impressionante á vista. Imagine que, a certa altura, o candidato a melhor gladiador terá de enfrentar odes de elefantes e dezenas humanos, tão ferozes como desafiantes. É uma maravilha do génio quase masoquista dos senhores da Capcom.
Sem mais palavras, Shadow of Rome leva o meu selo de recomendação bem restrito.
Grande jogo!!
Já o joguei à bastante tempo mas lembro me de ter adorado jogá-lo, situações de acção empolgantes, e apesar de o jogo na maior parte do tempo ser à base da mesma coisa(combate) arranjava sempre maneira de nos dar situações variadas.
Ah lembro – me de ter rogado pragas aos bosses finais porque na altura tive mesmo muitas muitas dificuldades 😀
Gostei bastante de Shadow of Rome, especialmente no que toca aos momentos dentro das arenas. Foi uma surpresa vinda do nada, que passou completamente despercebida. É pena.
Boas.
Parabens pelo blog. Adicionei-o aos links do PTOG, hope you dont mind…
(porque haverias de importar? xD)
Cumps
Mais uma vez a força que o cinema de Ridley Scott tem sobre os videojogos. CAPCOM foi, infelizmente, prejudicada pela sua coragem em produtos como este.
‘Father to a murdered son,
Husband to a murderd wife,
and I’ll have my vengeance… in this life or the next!’
(hehe)
– ‘Why doesn’t the hero reveal himself
and tell us all your real name?
You do have a name?’
– ‘My name is Gladiator.’
Ahah! No enredo, considero Shadow of Rome um tributo bem conseguido à obra cinematográfica. Nada mais que isso.
Sim, mas também tem que ver com o despertar do interesse público pelos gladiadores da sociedade romana antiga. Num instante, os canais encheram-se de documentários e voltou-se a pensar no velho Ben-Hur. Isso é positivo e interessante verificar, que por vezes a influência do cinema nos videojogos escapa às relações mais directas e visíveis.
É certo que Shadow of Rome possui um sistema e identidade própria que o tornam um jogo autónomo e relevante por mérito próprio.
‘On my signal… unleash hell!’ hehehe
Realmente este jogo é digno de esta tua “secção” de artigos “Ainda não jogou?”.
Shadow of Rome não foi um sucesso de vendas mas foi um sucesso daquilo que se pode considerar um excelente e divertido jogo para se jogar numa grande tarde/noite de Inverno onde ouvimos a chuva e somos aquecidos por uma lareira. Adorei cada segundo de Shadow of Rome que joguei (não o acabei) mas tenho intenções de o acabar, tal como o Okami.
Excelente pérola para a PS2.