Marcus e Cliffy em novo romance.

Cliff Bleszinski é o novo Messias, para adeptos do disparo fácil e desmiolado. O leitor, mais ambientado às minhas ideias, reconhecerá de imediato a expectativa moderada por Gears of War 2. Aliás, qualquer título representado por sacos de músculos e esteróides, com perfeito sotaque e atitude americana, não terá vida fácil nas minhas mãos. Mas reconheço os méritos da Epic Games. Gears of Wars simbolizou uma era e filosofia da Microsoft para a Xbox 360. Tecnicamente, fez as delícias da comunidade, com uma componente multi-jogador bastante sólida e mecânicas significantes. Os carrinhos de compras dos consumidores, possivelmente alheios a ofertas mais eclécticas, responderam em força, sublinhando os sorrisos dos senhores da Microsoft. Mas… e agora? Com um orçamento extremamente inflamado, os lacaios de Bleszinski têm obrigação, mais, o dever de servir os súbditos mais leais. Com o anúncio inevitável da sequela, a expectativa cresce entre os fãs, e nada além do aperfeiçoamento do notável será aceite.

As primeiras imagens e detalhes de Gears of War 2, confirmaram o esperado: a sequela assentará bases conceptuais no motor do original. Pelo menos no campo da jogabilidade e interacção básica. É que o supra-utilizado motor Unreal Engine 3 foi sujeito a uma operação estética de primeira necessidade. Além da física tão adorada, conte com uma versão pixelizada á lupa de Marcus Fenix, protagonista da trama.

As novidades devem correr na feira mais esperada do ano, mas, considerando o carregamento de informação sobre o título, a segunda parte de Gears of War seguirá o padrão artístico corrente no género; ambiente sobreposto a película acastanhada. Ou cinzenta. Ou vermelho sangue, aquele tom tão apelativo e… comercial.

Para o meu interesse egoísta, salva-se a narrativa semi-interessante. Fã incondicional das adaptações de ‘banda desenhada’, será o guião – leia-se glorificação de personagens norte-americanas que salvam a Terra – a despertar o Deus bélico em mim. Ou não. Veremos…

Como Cliffy B. deixou bem claro, numa entrevista recente, é sempre possível “criar monstros maiores”. Para benefício do leitor mais entusiasmado, espero que não façam sombra ao ego do homem.

Para o registo, a entrevista em que Cliff se assume como candidato à cadeira quente de cineasta, em Hollywood. Estará na profissão certa?

Vodpod videos no longer available.

2 Respostas to “Marcus e Cliffy em novo romance.”


  1. 1 dxvolt Segunda-feira, Julho 14, 2008 às 2:26

    Este blog é muito bom!
    Está já nos meus favoritos.
    Considere ainda uma passagem ao meu )

    http://dxvolt.pt.vu

  2. 2 Bruno de Figueiredo Segunda-feira, Julho 14, 2008 às 3:18

    Colo aqui alguns dos parágrafos utilizados para descrever Clifford Blezinski num capítulo relativamente interessante sobre a mutação deste jovem ícone do game design actual, incluídos no livro Smartbomb (A. Ruby & H. Chaplin). Proveniente de autores perfeitamente capazes, as descrições centradas nos diferentes looks e acessórios de moda falam de um designer aparentemente tão oco como os seus jogos.

    E3, 2001: “He turns before the mirror in the men’s room. White suit, white snakeskin shoes, hair bleached wite to match. Looking good, he thinks, although, in truth, his arms and legs are gangly under his suit, his chest thin beneath a black shirt and tie, and his hair, capping a somewhat sallow complexion, is more brassy blond than white.

    Ten years ago, Cliffy B. was that kid on the school bus who got Coke poured on his head and gum smeared in his hair. Back before he transformed into a pimp-suit-wearing game designer, Cliffy was an acne riddled, miserable-at-school small-town kid, filled with unbridled fury at his low status in life (…)”

    GDC 2002: “Cliffy B’s plans for industry dominance aren’t panning out quite as he’d hoped. (He) introduced a new look at every industry gathering (…) This year Cliffy B’s hair is brown and brushed into his face à la early-ER George Clooney. He’s wearing a silky shirt and a stiff black leather jacket; a heavy silver chains lies around his neck.”

    Las Vegas, 2003: “Cliffy B’s look for 2003 is grunged-out rocker – dyed red hair made sticky by hair product, raggedy fake fur-trimmed coat that hangs almost to his knees, and orange-tinted sunglasses. Bicep muscles show beneath his T-shirt, his skin is now flawless, and his eyes shine with enthusiasm.”

    Uma pequena nota que também penso ser curiosa: Clifford, que já não gosta de ser chamado Cliffy, estudou no liceu de Columbine durante o fatídico massacre de 1999. Serão os seus jogos, centrados em mecânicas de disparo, armas e violência, um mecanismo para exorcizar os seus próprios demónios? Será Cliffy um auteur incompreendido?

    Claro que não é.


Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s




Destaques

Xbox Live

Pub

Siga-me no Twitter (Clique)

visitor stats

Creative Commons License


%d bloggers gostam disto: