A ideia multidimensional de Fable II.

Peter Molyneux tem o dom da persuasão. O inglês consegue convencer o público que uma maçã vale a macieira completa. Foi o caso com a suposta oitava maravilha do mundo digital, Fable. Tido como grande estrela do catálogo de RPGs em 2004, o título da Lionhead Studios cumpriu as premissas básicas, mas desiludiu aqueles que esperavam uma revolução no género. Admito que Fable não foi o ‘Project Ego’ que Molyneux prometeu, mas gostei do épico da Xbox. A mecânica de escolhas éticas, uma aventura interessante e incrivelmente pessoal, e escolhas felizes no departamento sonoplasta, confirmaram uma estadia longa do disco na minha caixa negra.

Grande parte do espírito, medieval e fantasioso, continua presente no código genético de Fable II. A oportunidade de viver cada acção da personagem, com uma interacção definitiva e importante do jogador, será o maior desafio da Lionhead, nesta sequela prevista para Outubro deste ano. Aliás, a maior crítica possível ao original está na interpretação díspar das opções do aventureiro. Parece que Molyneux viu o mundo através duma lente bicromática. Podia levar a minha personagem aos picos do mal, ou torná-la na materialização da santidade. Não havia meio-termo.

A habilidade narrativa do enredo, linear mas competente, disfarçou as restantes arestas e pintura fresca, mas o sabor agridoce continua a gerar discussão entre a comunidade. Felizmente, a Lionhead foi sensível á critica geral, demonstrando uma capacidade de encaixe digna de registo. Melhor, Fable II poderá ficar marcado pela evolução de um sistema de valores e acções, completamente redesenhados. Além da epopeia, lendária mas simplista, do bem e do mal, o jogador poderá ter os seus feitos julgados por diferentes critérios. Ou pelo menos mais expansivos. Amabilidade, corrupção e crueldade, serão características aplicáveis na nova aposta exclusiva para Xbox 360.

Mais uma vez, a E3 terá um papel fundamental para objectivar o trabalho dos senhores da Lionhead, já que a informação disponível ainda deixa um pouco a desejar.

As perspectivas são justamente positivas. Espero um título mais maduro, ambicioso e ajustado ao seu período de concepção. Peter Molyneux tem a oportunidade única, de redenção perante uma determinada fatia de público, e de assumpção duma postura discutível, mas útil e necessária ao panorama criativo actual.

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