Arquivo de Agosto, 2008

Top Spin 3 – Análise.

Há algo de diferente, quase exclusivo, no espírito de Top Spin 3. Embora considere a obra da 2K Games como o expoente máximo dos simuladores elitistas, o resultado prático ocupa uma vaga colossal no respectivo espaço de mercado. Esqueça Virtua Tennis 3. A proposta madura da Sega oferece um pacote acessível (mas denso) aos fanáticos dos courts reais, e adeptos da diversão digital e casual. Top Spin 3, por outro lado, refina o motor dos seus antecessores; simulação exigente, técnica e ameaçadora para a maioria. Resta saber se enviar um winner ao campo adversário continua uma experiência, acima de tudo, compensadora.

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Nova casa…

Pois é, leitor fiel aqui do meu cantinho de expressão livre, o Now Loading mudou-se para o quarteirão WordPress. Esteja á vontade, desarrume e meta os olhos em tudo sem complexos. A cerveja ficou á porta, mas como grande parte dos interessado está a ganhar bronze na praia, vou picando os aperitivos… sozinho! Ahah…

Umas pequenas notas:

– Todos os posts ‘antigos’ ficaram com a formatação e comentários originais.

– Infelizmente, tive de retirar os vídeos dos mesmos posts.

– O layout e formatação do blog pode sofrer ligeiras alterações nos próximos dias.

Entretanto, sugestões, dúvidas e comentários sobre a mudança devem ser direccionados para o endereço da ordem: godan.nowloading@gmail.com

Boa estadia! ;o)

Primeira impressão: Project Zero: Mask of the Lunar Eclipse.

Respeito o trabalho do designer Keisuke Kikuchi na série Fatal Frame, ou Project Zero na Europa. Mas, por razões que prefiro riscar do mapa de prioridades, nunca estive atraído pelo género da moda no extremo oriente; terror nipónico, com direito a flashes de miúdas saídas do pior banho de lama do mundo. E fantasmas dos mais genéricos da montra ficcional, jogável ou cinematográfica. Aliás, Project Zero sempre viveu do ambiente fantasmagórico, assustador e claustrofóbico imprimido pela ‘mãe’ Tecmo. A mecânica da famosa ‘Camera Obscura’ complementa uma ideia gráfica, quase experimental, mas bem aceite pelo nicho de mercado a que se destina. Para o registo, o meu irmão mais novo delira com os sustos aleatórios dos três títulos, e está em alarme com o provável lançamento do quarto capítulo, Project Zero: Mask of the Lunar Eclipse, para a Wii.

Sorte a minha, ‘roubei’ umas horas ao comando do Wii Remote e Nunchuk com disco japonês da obra, 零~月蝕の仮面, Zero ~Tsukihami no Kamen~. Sem grandes expectativas, a maior curiosidade estava no trabalho de Goichi Suda, o novo ícone máximo da indústria de culto, tendo assinado favoritos pessoais como No More Heroes e Killer7. O presidente/designer do ninho de talento que é a Grasshopper Manufacture, aliou-se à Tecmo para tentar adaptar Project Zero à coqueluche branca da Nintendo. O resultado? Algumas fotos desfocadas ou lado e uma dose de conservadorismo inesperada…

Para o leitor mais entusiasmado, saiba que o primeiro capítulo do jogo serve como uma introdução, ao ambiente e mecânica da obra. A jogabilidade está afinada, muito óbvia e de fácil adaptação ás especificidades da Wii (utiliza-se o Wii Remote para controlar a câmera e disparar a mesma, movimentando a personagem com o Nunchuk), mas sofre pela falta de ambição conceptual e inesperadas quebras de animação (frame-rate) que prejudicam o objectivo máximo da experiencia: o susto. Sustos que se prolongam, nos dois capítulos que explorei no teste realizado a baixa luz e ambiente quase sombrio, sempre apoiados por cut-scenes competentes e muito, muito inspiradas nos planos cinematográficos das melhores obras de terror japonês. Ironicamente, a alma provocadora e revolucionária de Suda51 não parece ter ganho terreno á ideologia inicial de Kikuchi. Um alivio para o adepto tradicional de Projecto Zero; uma nota de desapontamento para mim…

O melhor da minha curta experiência em Mask of the Lunar Eclipse foi absorver toda a atmosfera, perfeitamente sinistra, pintada com uma interpretação artística que sublinha a mansão, onde decorre a acção central da trama, como uma personagem ‘viva’. Claro que alguns objectivos básicos e muito banais, como encontrar a chave para determinada porta, não me convencem, considerando os nomes envolvidos no projecto.

A primeira impressão resume-se numa mescla de emoções. Se fiquei surpreendido com a realização interessante e perfeitamente adaptada á experiência Wii, uma dose de problemas técnicos e confusão conceptual dividem o julgamento inicial. Mas, tendo em conta que a Tecmo ainda não se lembrou de datar o jogo para a Europa, mantenho a esperança de ver e jogar algo grandioso, e sobretudo diferente, nos restantes capítulos da aventura. Está na altura de voltar ao quarto escuro…

O fado luso pela ‘voz’ da GameInvest.

O mercado de videojogos em Portugal é, essencialmente, volátil. No contexto Europeu, seremos dos poucos países, senão o único, em que a Sony tem um quase ofegante monopólio sobre os restantes candidatos a pedintes.  Pior, a paleta de tons e gostos é tristemente reduzida. Considero até que os dois grandes lobbys acidentais, jogadores casuais e os com calos na matéria, não suportam investimento alheio á marca Playstation. Vá-se lá saber porquê. Para o registo; não sou sequer pretendente a sociólogo, portanto rejeito juízos de valor baratos e incoerentes.
O quadro de desenvolvimento tem, contudo, outra cara, em Portugal. Começam a nascer produtoras interessantes, com argumentos intelectuais e monetários de relevo. Uma dessas empresas é a GameInvest, presidida por Paulo Gomes, personagem em destaque no header deste texto. Em discurso directo, no seu blogue pessoal hospedado no sítio da revista Edge, Paulo assume um discurso interessante, mas ambíguo. Se a ambição patente no objectivo nem nacional, nem Europeu, mas mundial (!), fica bem no cartaz de apresentação, a insistência no mercado de Pop Games (expressão utilizada pelo próprio) cai um pouco na monotonia instalada. Aliás, olhando para o catálogo da GameInvest, títulos como Sarah’s Emergency Room (Wii, Xbox 360) ou Sudoku for Kids (Nintendo DS) confirmam a filosofia da companhia. Como observador quase diplomado, arrisco perguntar: será esta a melhor forma de explorar as lincenças, quase divinas nos dias que correm, das consolas da Microsoft e Nintendo?
Ironia máxima: a GameInvest foge da facilidade, leia-se Playstation, na altura do investimento real. Ventos contrários, mas com cheiros de esperança, portanto.
Independentemente do successo da GameInvest, e outras companhias com projectos semelhantes, uma coisa é mais que certa: o estado de sítio da indústria dos videojogos tem têndencia a evoluir, em Portugal.
Filosofias de desenvolvimento á parte, só não quero assistir a uma inauguração populista de um ‘grande centro de produção de videojogos’, por obra de qualquer governo, daqui a dez anos. Isso não.

A irreverência e os penteados do Metal.

O pouco investimento que fiz, ao longo dos anos, em arte de comics, ou banda desenhada como é conhecida pela nossa costa, reflecte-se na hora de compra daquele jogo há muito cobiçado. O amigo leitor reconhecerá o meu delírio por tudo, ou quase tudo, o que é oferta digital pintada a grafia kanji, japonesa, recheada de bicharada adorável mas com alma grande. Portanto, grande parte da arte gráfica com raízes urbanas do Ocidente, mesmo com méritos indiscutíveis, passou ao lado da minha infância e consequente maturação de gosto. Ironicamente, o meu espírito eclético e mente aberta consolidaram o meu respeito e admiração pela cultura Heavy Metal, estupidamente americanizada. Isso, e uma conjugação de coincidências só possíveis com o fenómeno da importação através da rede, despertaram o interesse do escrivão experimentado em Heavy Metal: Geomatrix, para a extinta caixa messiânica da Sega, a Dreamcast.

O título, um brawler editado e desenvolvido em 2001 pela Capcom, foi uma homenagem, um pouco forçada, à publicação Heavy Metal. A revista de culto servia doses aditivas de histórias, personagens e arte bem típica das graphic novels de qualidade norte-americanas. O jogo, contudo, esboçou novos protagonistas e ambientes, sempre apoiados na música, claro, bem rasgada e… barulhenta. Mas calma, adepto do Metal como forma de protesto e antro de escape, barulho no bom sentido. A faixa de cabeça, que ambientava a batalha inicial do jogo, pertencia aos (grandes) Megadeth. “Moto Psycho”, para o registo, era um tema que encaixava perfeitamente no espírito irreverente da obra. Mas o importante estava ao lado. A alma de Heavy Metal: Geomatrix era, claro, a arena sangrenta e cheia de metal bélico. As equipas participantes, divididas, no máximo, por três jogadores, defrontavam-se em cenários fechados, pouco interactivos e notavelmente ‘cinzentões’, com armas brancas e de fogo em mão. Só isto. Para ter uma ideia mais geral do código genético da obra, considero HM:G o Power Stone dos duros, na Dreamcast.

Mas se a fórmula era conservadora, a mecânica liberal, se bem que algo repetitiva, era estimulante e muito bem conseguida… com recurso a esteróides e cortes de cabelo extraordinários, note-se.

Considerando o lançamento Europeu do título, em Abril de 2002, arrisco a sugestão: tente uma ou outra partida nas arenas do Heavy Metal. Sem complexos ou grandes expectativas, mas, de preferência, com um par das cervejas de companhia.

Um bem-haja, aos ‘cabeleiros metaludos!’ .


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