Era uma vez um mundo encantado, onde o sol brilhava, todos eram felizes, e as Arcadas exerciam o controlo hegemónico do mercado do entretenimento digital. Nessa época, marcada por renovações de fé nas bases conceptuais dos videojogos, surgiram inúmeras lendas; cavaleiros amedrontados, canalizadores que esmagavam pequenas tartarugas e figuras geométricas com tendências suicidas. Ora, nesse prato de verdura fresca e saudável, estava uma beterraba rebelde. Talvez por mostrar um espectro de cor mais berrante, ou simplesmente por ser diferente, Punch-Out!! ganhou o coração dos adeptos do jogo imediato, da moeda fácil e reflexos rápidos. A meio da década de 80, a Nintendo havia imaginado uma versão ficcional dum desporto de combate, deixando adivinhar um caminho, uma ideologia vincada que levaria a empresa ao estatuto de fazedora de sonhos. A simplicidade da obra serviu de eco; um aviso à navegação. A indústria entendeu que qualquer conceito, por mais arcaico e primário, pode ser aproveitado numa experiência divertida e aditiva. Depois de várias entradas no catálogo da NES e Super Nintendo, Punch-Out!! renasce na Wii, com nova pintura, mas embebido no mesmo espírito vencedor. A premissa para esta análise está, portanto, identificada – poderá Punch-Out!! satisfazer os sonhadores do antigamente, enquanto enfeitiça os novos candidatos ao título?
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Punch-Out!! – A Luva Branca da Nintendo.
Published Domingo, Junho 28, 2009 Análises 1 CommentEtiquetas:análise, boxe, nes, nintendo, punch-out!!, wii
Chrysler Classic Racing – Terror no asfalto.
Published Quarta-feira, Junho 17, 2009 Análises Leave a CommentEtiquetas:análise, casual, chrysler classic racing, corridas, nintendo, wii
Vivemos numa era conturbada. O mundo luta diariamente contra os feitos do capitalismo, chorando a perda de milhares de postos de trabalho. Por consequência, a indústria automóvel começa a regurgitar milhões de coroas investidas; o caos é extensível a todos os fabricantes. Ora, sem grande mapa até ao sucesso certo, a norte-americana Chrysler tentou conquistar uma nova geração de possíveis clientes – a criançada enfeitiçada pela magia dos videojogos. E porque não? Num ponto de vista meramente comercial, a construtora investiu num esforço digno (mas trágico) para exibir as suas carroçarias do passado a uma nova colheita de entusiastas dos motores. Sendo justo, afirmo que essa premissa, pelo menos, foi cumprida. Chrysler Classic Racing traz grande parte do portefólio de construção da marca até à máquina branca da Nintendo. Ao leitor mais fanático pelas correrias no asfalto doutro tempo, uma palavra de consolo – conclua o seu interesse pela obra no final deste parágrafo. Tendo passado um par de horas na tortura do jogo em teste, oferecido pela Zoo, aviso que as palavras mais tolerantes ficarão por aqui. Chrysler Classic Racing é um desastre tragicómico, em todas as vertentes.
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Beijing 2008 – Análise.
Published Quarta-feira, Julho 9, 2008 Análises 7 CommentsEtiquetas:análise, atletismo, beijing 2008, desporto, eurocom, jogos olímpicos, sega, verão
Pequim, dia 8 de Agosto de 2008. O mundo está literalmente parado em frente ao televisor. Cada coração patriótico bate a ritmo apaixonado, com o desfile triunfal da representação do seu país na pista mais importante do momento. Controvérsia política á parte, o governo chinês cumpre a premissa de festa e cores exuberantes, pintando a cidade com tinta democrática, para estrangeiro ver. Mas o ponto alto da prova é, como sempre foi, o desempenho dos atletas. As estrelas do mês da competição, não escondem os nervos e honra pelas cores que ostentam. Pronto, está enfeitado o palco de Beijing 2008 – o jogo oficial. A Eurocom, companhia britânica responsável pela concepção da obra, propõe a materialização do sonho de glória, divertimento e acessibilidade mais básica. Resta saber se está encontrado o novo campeão olímpico, ou se o disco nem passou da qualificação…
Enemy Territory: Quake Wars – Análise.
Published Sexta-feira, Junho 27, 2008 Análises 2 CommentsEtiquetas:análise, enemy territory, et, fps, ps3, quake wars, shooter, xbox 360
Tenho uma relação bastante pacífica com os shooters de orientação militar na primeira pessoa; evito constantemente o género. O leitor pode assumir a minha inabilidade crónica para tirar prazer de qualquer experiência digital com base em disparos aleatórios, toneladas de metal e mortes contabilizadas ao segundo. Contudo, ao longo da minha apaixonada aventura lateral no mundo dos videojogos, fui tropeçando em vários títulos de qualidade com inspiração mais fantástica e sobrenatural. Adepto incondicional da ficção vinda de território nipónico, o efeito de espanto e admiração pelas criaturas modeladas a vermelho sangue em Quake, resultou na minha maturação natural como jogador. Enquanto crítico, sempre sem complexos, a chegada de Enemy Territory: Quake Wars ao mercado do velho continente sugere uma mescla híbrida entre o mundo fantasiado de Quake e a acção estratégica pura e dura de Wolfenstein: Enemy Territory, com presumível qualidade. O interesse está em avaliar o sucesso prático da operação, com a premissa experimental em mente.
Dragon Ball Z: Burst Limit – Análise.
Published Sexta-feira, Junho 20, 2008 Análises 1 CommentEtiquetas:análise, atari, beat'em'up, burst limit, dbz, dips, dragon ball z, fighters, goku, luta, ps3, toriyama, xbox 360
Ao preparar o conteúdo crítico a Burst Limit, apercebi-me que não compreendo a minha paixão pela manga e série original de Dragon Ball. Talvez sejam ecos do tempo em que o meu maior obstáculo na vida era a acne, ou talvez um pouco mais que isso. Hoje, já comprometido com uma barba farta e com muitas primaveras na memória, considero Dragon Ball um símbolo maior da cultura anime japonesa. Pura, transparente, sem complexos e objectiva, a obra do génio de Toriyama ganhou adeptos e força mediática inéditas em vinte e quatro anos de existência. A colagem da indústria dos videojogos a tal fenómeno foi prematura e fortuita. Tanto, que os ávidos fãs de pancadaria digital dos anos oitenta, enfeitiçados pela geração de 8 bits, responderam em massa aos inúmeros títulos baseados na animação.
Ninja Gaiden II – Análise.
Published Sábado, Junho 14, 2008 Análises 4 CommentsEtiquetas:acção, análise, itagaki, ninja gaiden, ryu hayabusa, sangue, team ninja, tecmo, xbox 360, xbox portugal
Ninguém conhece My Hero. Pior, ninguém valoriza My Hero. Talvez com válido fundamento. Pessoalmente, o jogo da Sega lançado a meio dos anos oitenta, simboliza um despertar dúbio para o mundo dos beat’em’up lineares. Ao comando da marcante Master System, interpretei pela primeira vez a satisfação de aniquilar adversários genéricos em sequência, numa missão solitária e inglória mas reconfortante. Ainda despido de ordenamentos cortantes, o conceito de espancar ínfimos ‘capangas’ com suporte arcaico de um argumento desinteressante foi vítima de uma evolução natural na indústria. Ao longo das diferentes gerações de consolas, e centenas de tentativas depois, o género tornou-se híbrido e passou a servir um festival de sangue e argumentos bélicos ao jogador. O pico qualitativo aconteceu em 2004, aquando o lançamento do fantástico Ninja Gaiden; título refeito a partir do original da NES. Quatro anos passados, e ainda em plena autópsia ao trabalho de Itagaki na Tecmo, submeto Ninja Gaiden II a teste de valor, com direito a fita negra de brigão na testa.
Turning Point: Fall of Liberty – Análise.
Published Domingo, Junho 8, 2008 Análises 2 CommentsEtiquetas:análise, codemasters, fps, guerra, militar, ps3, review, shooter, spark, teste, turning point, xbox360
O ofício de analista de videojogos é, por vezes, ingrato e especialmente abstracto. Proponho um fácil exercício ao leitor: relacione uma laranja com um jogo. Faz parte da folha de serviço do escrivão contratado, provar ao potencial comprador da obra que o sumo técnico da mesma tem ou não qualidade, independentemente do gosto pessoal do crítico. Apoiando a fundamentação na conversa das laranjas, fruta a que sou alérgico, é minha obrigação sublinhar o tom isento ao analisar Turning Point, mas reflicto, poderá o leitor suportar acidez excessiva?
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