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A revolução táctil de Link.

O leitor acreditará num valor fundamental da minha aventura nos videojogos: sou um estóico resistente do conservadorismo instalado. Abraço qualquer proposta rejuvenescedora de uma série, sem complexos ou preconcepções. Mesmo quando a série é The Legend of Zelda, a mítica epopeia da Nintendo que quase monopoliza o meu lado meloso. Contudo, com a conhecida azáfama urbana e, pior, pessoal, acabo sempre por deixar escapar uma ou outra pérola. Mas não desta vez.

Estive quase a comprar Phantom Hourglass em Outubro do ano passado, por altura do lançamento europeu do título para a Nintendo DS, mas – admito com vergonha – passei a senha ao cliente seguinte. Como a minha aposta em sugestões portáteis é muito ocasional mas sempre objectiva, lá fui eu ás compras, com a sensação de estar atrasado para a festa. Valeu-me a rara competência dos correios, que não me fez sofrer mais. Deixaram a galinha na toca da raposa.

Com apenas uns breves minutos ao comando (literal) do mal-amado toon Link, já sinto a pesada herança do brilhante The Legend of Zelda: The Wind Waker no código genético da obra. E ainda bem. Cheira-me a reinvenção do perfeito.

Zero Vidas: N-Gage.

Estimado leitor, apresento a mais recente rubrica especializada do NowLoading: Zero Vidas. Neste espaço poderá ler opiniões retrospectivas ligadas a fracassos e decepções na sazonada indústria dos videojogos. Sim, é a forma semi-mórbida que encontrei para bater mais e mais no ceguinho. O adepto masoquista aprovará a ideia, certo?

No primeiro capítulo da saga, que se quer longa e de interesse, decidi ressuscitar a primeira (e única) auto-denominada gamedeck da história, a N-Gage da finlandesa Nokia.

A N-Gage, lançada no mercado Europeu a 7 de Outubro de 2003, transpirava arrogância e uma procura louca de inovação. A Nokia pretendia que a sua primeira fusão entre um telefone móvel, uma consola portátil e um leitor de música dominasse o mercado com uma única premissa: uma mescla imbatível de entretenimento e diversão. Pois a brincadeira não correu muito bem. Com o Game Boy Advance extremamente bem instalado nos bolsos dos consumidores, a Nintendo garantiu supremacia nessa fatia de mercado. Claro que a Nokia se tentou desmarcar da imagem de uma “simples” consola, aliás, que máquina nipónica permitia um joguinho rápido de Tomb Raider depois daquela chama telefónica importante? Bem, não fossem os erros de design e estratégica clamorosa, provavelmente ainda teríamos uma N-Gage a espernear por esse mercado fora. Ou não. É que para além de obrigar o utilizador a falar para o speaker com se de um tijolo se tratasse – colocando a gamedeck na vertical mas longe do ouvido – o catálogo de jogos era completamente desinteressante.

Um dos maiores trunfos por alturas do lançamento era Pandemonium, uma adaptação dúbia do original Playstation, que não foi o chamariz e “vendedor de consolas” pretendido. Outras translações pouco conseguidas como o já referido Tomb Raider, o primeiro título da série Tony Hawk’s Pro Skater, ou mais tarde o materializar da degradação do 3D no pequeno ecrã com orientação vertical, Splinter Cell.

O preço elevado de hardware, software, aspecto arcaico e pouco atractivo e concorrência implacável foram os pregos finais no caixão N-Gage.

Muitos (dos poucos) consumidores fieis á Nokia, queixaram-se da não integração de um câmara fotográfica na máquina. A resposta da companhia nórdica? Assumir a falta de ambição e respeito pelo comum utilizador ao lançar um novo modelo, a N-Gage QD.

Infeliz dono da última versão – que, para o registo, me foi oferecida – fiquei desapontado com a remoção de suporte para headphones e falta da citada câmara. As únicas mudanças significativas estavam no aspecto mais centrado e de melhor acesso ás teclas e, finalmente, a possibilidade de usar o telefone perto da bela orelha, como os restantes humanos do planeta.

Salve-se o dinheiro que investi em Bomberman e One, únicos jogos em que consegui sugar diversão esporádica e momentânea.

Tendo em conta o comportamento deplorável dos dois modelos da N-Gage (apenas 2 milhões de unidades vendidas a nível mundial em quase cinco anos), a insistência da Nokia no produto é de facto assinalável. Saiba que a companhia passou a disponibilizar um serviço de descarregamento de títulos para vários telefones Nokia mais recentes.

Portanto, se ainda está interessado na desgraça do passado ou ficou curioso, faça favor de comprar as obras mais significativas através do portal oficioso do projecto.


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